Ah, tem essa de querer viajar sozinha também. Ganhar salários exorbitantes. Homem é inseguro. Imagina, vai casar com quem depois? Claro, por que não se unir em matrimônio com uma pessoa especial? Depois, os filhos. Se sair por aí falando que evita uma coisa e foge da outra, pegou a rota pra solidão. Vai morrer velhinha e cercada de gatos. Vai ficar pra titia, dessas que enche de doces e compra brinquedos caros. Escuta o que tô falando, depois não adianta chorar.
Fica falando de sexo. Fica fazendo reparos na própria casa sem ajuda masculina. Cogita adotar um bebê e ser mãe solteira, consegue chegar ao orgasmo sozinha. O ego deles é frágil, eles gostam de se sentir necessários, importantes. Pra quê dizer que frequenta umbanda e acredita em espiritismo? Tem que mostrar que sabe menos, lê pouco, se despila e resguarda. Cê vai lá e escancara justamente o contrário, deixa claro que ok, se não tem ele, tem outro ou tem um filme, um livro e uns chás e tá ótimo. Já te falei pra ser menos hipérbole e mais eufemismo, cara.
Isso que dá querer tanta igualdade. É esse o resultado de fechar as próprias portas e aprender a abrir os próprios vinhos: que cara vai aguentar tanta potência, minha filha? Eles querem tranquilidade. Eles prezam por paz e quem faça o supermercado. Passam longe de qualquer dor de cabeça, imagine de você, que decidiu ser esse furacão que diz o que pensa e pede o que quer. Vai ficar sozinha.
Com a conta recheada, em plena cidade enorme, um closet que fervilhe opções e criatividade e um ou dois gatos: que mais eu poderia querer mesmo? Ser tratada feito mãe, empregada ou criatura submissa é que não tá nos planos.
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